09/07/2007

Aceitação… Realidade ou Utopia?

Aceitação… Palavra tão bonita… Aceitar os outros como são, com os seus defeitos, com as suas qualidades, mas até quando pergunto eu....
Escrevi, há mais de um ano, um artigo intitulado “Espelho meu…”, no qual escrevi:
“Não sei porque é que gostamos de moldar tanto as outras pessoas aos nossos desejos, aspirações, à nossa personalidade… Do tipo: “Querido/a amo-te, mas se não mudares, não vai dar para continuarmos juntos…” Quantas pessoas já não ouviram esta frase e afins?Ninguém consegue mudar ninguém… A mudança apenas advém da própria pessoa, quando esta genuinamente quer mudar, por isso não se iludam. E quem ama realmente aceita o outro como ele é, mesmo com aqueles hábitos que muitas vezes consideramos irritantes mas, que com o passar do tempo até aprendemos a gostar... É claro que existem hábitos e hábitos!
E os hábitos são o mais fácil (do difícil) de mudar, agora a personalidade isso ai já é uma área complexa, não vale a pena tentar se a outra pessoa não quer mudar… E cuidado, ela até pode tentar ou fingir que muda, mas com o passar do tempo ao descobrirmos que ela não mudou, só vai amplificar a nossa decepção.”
Por isso, a conclusão mais lógica, é aceitar o outro como é, se estivermos realmente dispostos a isso….
Aceitação não implica concordar com as atitudes, ou comportamento do outro, implica simplesmente aceitá-lo, sem tentar mudá-lo, moldá-lo aos nossos modelos… Do mesmo modo que aceitamos as nossas características particulares…



Aceitação… Realidade ou Utopia?
“Do you feel lucky?”…

1 comentário:

Luís Filipe disse...

"Do you feel lucky?...punk!" do original do Clint Eastwood, envolvido num tiroteio e perante a tentativa de um dos "bandidos" tentar agarrar a arma antes de ser morto... na verdade é que o tal bandido agarrou mesmo a arma...e...levou um balázio daquele célebre Colt de meio metro que o xerife usava.
Hoje, representa uma expressão perante um determinado facto em que podem ocorrer, não digo represálias, mas que representa ultrapassar um ponto, um determinado limite, a partir do qual as consequências podem não ser as melhores...
No caso em concreto... sem me alongar muito, representa uma chamada de atenção para algo que, não sendo uma situação inaceitável, é, pelo menos, menos agradável quando acontece de forma contínua.
Não se trata portanto de aceitar ou não determinado comportamento, atitude ou vício, trata-se somente de expressar, com clareza e sem subterfúgios que não gostamos de algo, ou que algo nos incomoda...
Não é portanto a tentativa de mudar uma pessoa, antes a tentativa, o grito, a liberdade de exprimir (a liberdade que se permitem os apaixonados, casais, amantes, confidentes,... de dizer que se quiser mudar algo, por onde pode começar. É impossível descobrir a pessoa perfeita, todos temos "feitios" diferentes, que se adaptam melhor ou pior... nós próprios até sabemos o que deveríamos mudar ou gostaríamos de saber...
Quanto à mudança,... dificilmente acontece...mudar custa muito, é doloroso, de resultados incertos... parte então de cada um de nós procurar apoios para conseguir, se quiser, mudar algo, em nós ou nos outros... parece que não mas é um trabalho hercúleo... se não acreditam... tentem...
Quanto a aceitar... não significa gostar, significa sim que existem outros pontos que pendem a balança para um lado ou para outro... Acredito piamente que a beleza de alguém vê-se não na sua perfeição mas sim na sua atitude perante os seus próprios defeitos,... reconhecê-los, saber o que significam para os outros, especialmente para o seu companheiro/companheira, viver com eles e assumi-los como seus e não dos outros... assim se vê a maturidade de uma determinada personalidade...
A Aceitação só é uma utopia se for do tipo "aceitar sem reservas"...
"Do you feel lucky?"...I do...