31/10/2007

(Des)intitulado


Por vezes sinto-me em prisão domiciliária auto infligida, simultaneamente sem abrigo, perdida à espera da única coisa que me faz querer estar aqui… A chuva cai, sem aviso prévio, mas quando o sol brilha parece que tudo vale apena…
Como seria, ser uma égua selvagem, correndo livremente, por prados ondulantes e verdejantes. Ao sabor do vento, ao sabor do nada, sem subterfúgios. Vivendo por viver, sem pensar no futuro ou no passado, vivendo por viver. Alheia ao tempo, sem sonhos, sem expectativas, sem perguntas, apenas viver para um dia morrer.

1 comentário:

Luís Filipe disse...

As éguas correm livremente... pelo menos costumavam correr, pelos prados e colinas...até que finalmente atingiram o seu objectivo... correr livremente só tinha significado quando não podiam correr. apenas corriam livremente depois de já terem trabalhado com os seus donos (agricultura, hipismo, transporte) ou então quando estavam prenhes ou a amamentar e eram poupadas ao esforço...
Como podes ver o sentido de vida de alguém não se resume a um único facto, apenas conseguimos apreciar o que nos falta e nunca o que temos de sobra. pergunta ao prisioneiro o que sente acerca da liberdade, pergunta a um padeiro o que sente por se levantar às escuras, pergunta a um enfermeiro o que sente por ter horários por turnos e já agora o que sentem os que cumprem sempre o mesmo horário... uns sentem falta do sol, outros do fim de semana, outros de trempo livre durante a semana e, esse sim, o prisioneiro, sente falta de liberdade para poder pura e simplesmente viver.
Não esperes pelo sol, corre até onde ele se esconde, não vivas só por viver, faz com que valha a pena viver por algo... e daqui a muitos anos vais olhar para trás e verás como feliz foi a tua vida.